MP denuncia deputado Lucas Bove e pede prisão preventiva por descumprir medidas protetivas de ex-esposa Cíntia Chagas

  • 23/10/2025
(Foto: Reprodução)
MP denuncia deputado e pede prisão preventiva por descumprir medidas de ex-esposa O Ministério Público de São Paulo denunciou, nesta quinta-feira (23), o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL) por perseguição, violência psicológica, violência física e ameaça, e pediu à Justiça a prisão preventiva dele por reiterados descumprimentos de medidas protetivas concedidas à influenciadora digital e ex-esposa, Cíntia Chagas. Cíntia Chagas é uma influenciadora com mais de 7,6 milhões de seguidores nas redes sociais e, no ano passado, prestou queixa contra o deputado e relatou uma série de abusos físicos e psicológicos durante o relacionamento de mais de dois anos que teve com o político. Bove foi indiciado pela polícia pelos crimes de perseguição e violência psicológica contra Cíntia Chagas no dia 29 de setembro. O inquérito foi concluído em 15 de setembro e encaminhado à Justiça. Em agosto, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiu arquivar a denúncia contra o deputado estadual, acusado de quebra de decoro parlamentar após as denúncias da ex-esposa. Segundo o Ministério Público, Bove teria ignorado determinações judiciais de forma cada vez mais ostensiva, demonstrando “claro desprezo” às restrições impostas. Segundo o documento, há cerca de um ano o deputado vem desrespeitando as ordens judiciais, mesmo após intimações e advertências feitas pessoalmente e por meio de seus advogados. O Ministério Público afirma que ele tem conhecimento da necessidade de cumprir as medidas, mas não o faz por acreditar que não será responsabilizado pelas consequências. A promotoria relata ainda que os advogados da vítima comunicaram diversas vezes à Justiça as situações de descumprimento, apresentando datas e provas das violações. Para o MP, a simples existência das medidas protetivas já não é suficiente para garantir a segurança da vítima. O texto afirma que, no início, Bove publicava indiretas nas redes sociais envolvendo a vítima e mencionando a existência do processo. Com o tempo, porém, ele passou a fazer publicações explícitas com o nome da vítima e referências ao caso, o que, segundo o MP, descumpre a decisão judicial que proibia qualquer menção ao processo. A promotoria destaca também que as postagens teriam exposto a vítima, sugerindo que ela mentia, além de compartilhar conteúdos ofensivos à sua dignidade. A conduta resultou em desgaste emocional e revitimização, já que a mulher estaria sendo “sistematicamente exposta e ridicularizada perante a mídia e opinião pública”, ressaltou o MP. Quem é a influenciadora Cíntia Chagas Polícia indicia deputado Lucas Bove por ameaça e violência psicológica Influenciadora acusa deputado Lucas Bove por violência doméstica; Justiça de SP concede medida protetiva Reprodução Consta também, segundo o órgão, que Cíntia precisou acionar a Justiça diversas vezes, por meio de seus advogados, para relatar os episódios e pedir que o investigado parasse com as publicações. No pedido, o Ministério Público afirma que os fatos são graves e que Lucas já demonstrou que não irá parar de descumprir as medidas impostas. O órgão ressalta o “alto grau de reprovabilidade” das atitudes e afirma que cabe ao Estado proteger a integridade psicológica da vítima O MP cita também a existência de “notícia de histórico de violência” e informa que, além do processo das medidas protetivas, já foi oferecida denúncia contra o investigado em outro procedimento. Com isso, para a promotoria, medidas alternativas à prisão não são mais suficientes, e o decreto de prisão preventiva é necessário. Para a TV Globo, o deputado Lucas Bove informou que não vai se manifestar sobre a denúncia. O que diz Cíntia Chagas Em nota, Cíntia Chagas disse que recebeu a decisão "com serenidade e inabalável confiança na Justiça". " Trata-se de um homem público, e é moralmente inaceitável que agressores de mulheres permaneçam investidos em funções de poder. A violência contra a mulher não se circunscreve à esfera privada: constitui crime e afronta à dignidade humana. Que a lei siga o seu curso e que, como sempre, a verdade prevaleça. A todas as mulheres que enfrentam a violência, deixo uma mensagem: não se calem. O silêncio protege o agressor", afirmou. O que diz a defesa de Cíntia Chagas "A Justiça não é palco para vingança, brincadeiras ou deboche — especialmente quando se trata de violência contra a mulher. A denúncia do Ministério Público de São Paulo, com imputação dos crimes de ameaça, perseguição, lesão corporal, violência psicológica e desobediência, representa um marco importante para as mulheres na busca pela verdade, pela responsabilização e pela dignidade da vítima. Sempre acreditei na palavra de Cíntia Chagas — como mulher, amiga, cliente e comunicadora que admiro profundamente. Ela enfrentou com coragem todos os obstáculos, confiou na Justiça e seguiu cada orientação jurídica com serenidade e firmeza. Hoje, a denúncia formal reafirma o que sempre sustentamos: que não há espaço para o abuso, para a impunidade e para o uso do poder como instrumento de opressão. Como ex-membro do Ministério Público, instituição à qual servi com orgulho por mais de vinte anos e que me representa para o resto da vida, celebro seu papel essencial na defesa dos direitos das mulheres e no combate à violência. Essa atuação demonstra que a lei existe para todas e contra todos que a violarem — independentemente de quem sejam ou do cargo que ocupem. A mensagem que fica é clara: ninguém está acima da lei e da justiça. E eu sigo acreditando — com fé, ética e coragem — que a verdade e a Justiça sempre prevalecem", afirmou Gabriela Manssur, advogada e ex-Promotora de Justiça. Indiciamento Violência contra mulher: como pedir ajuda Em 2024, a Justiça concedeu medida protetiva e instaurou um inquérito para apurar o caso. Na época, a advogada da influenciadora, Gabriela Manssur, chegou a pedir a prisão do político por violação de medidas cautelares. A Polícia Civil de São Paulo indiciou o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL) pelos crimes de perseguição e violência psicológica contra a influenciadora digital e ex-esposa, Cíntia Chagas, no dia 29 de setembro. Segundo o relatório de 60 páginas, a investigação reuniu provas de que Bove submeteu a ex-mulher a ameaças, chantagens e tentativas de controle de sua carreira profissional. Em depoimento, Cíntia afirmou ter recebido mensagens em que o parlamentar dizia que iria “acabar com a carreira dela” caso não aceitasse assinar contratos com cláusulas consideradas abusivas. Ela relatou ainda que o ex-marido ameaçou expor intimidades e editar vídeos para prejudicar sua imagem na internet. Em nota, a defesa do deputado informou que, "mais uma vez, Cintia Chagas divulga, indevidamente e em completo desrespeito à ordem judicial imposta em seu desfavor, informações sigilosas vinculadas aos fatos mentirosos constantes em procedimento protegido sob segredo de justiça, visto que possui contra si medida cautelar que lhe proíbe, expressamente, de falar sobre os fatos ainda em andamento. E o mais grave é que distorce a verdade, como fez desde o início, tentando se favorecer e tirar proveito de suas falácias" (leia mais abaixo a íntegra). Testemunhas ouvidas pela polícia, entre elas a assessora da influenciadora, confirmaram episódios de controle e menosprezo, segundo o relatório. A investigação também reuniu registros de ligações feitas de números da Assembleia Legislativa e de mensagens enviadas por advogados ligados ao deputado pressionando Cíntia a aceitar os termos do divórcio. A delegada Dannyella Gomes Pinheiro destacou que, mesmo após a separação, Bove manteve contatos insistentes e chegou a utilizar terceiros para se aproximar da ex-esposa, o que caracterizou perseguição. “Restou plenamente provado que Lucas Diez Bove praticou os crimes previstos nos artigos 147-A e 147-B do Código Penal, no âmbito da Lei Maria da Penha”, escreveu a delegada no despacho final. O inquérito não resultou em indiciamento por lesão corporal. A delegada alegou que não foi possível comprovar se as marcas roxas apresentadas pela vítima eram decorrentes de agressões físicas. No entanto, o relatório ressalta que as ameaças estão incluídas no contexto mais amplo da violência psicológica.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/10/23/mp-denuncia-deputado-lucas-bove-e-pede-prisao-preventiva-por-descumprir-medidas-protetivas-de-ex-esposa-cintia-chagas.ghtml


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