Instituto Alana fortalece vínculo das crianças com a natureza para um futuro sustentável
15/05/2025
(Foto: Reprodução) Organização atua há mais de 25 anos conectando infância, educação e meio ambiente por meio de políticas públicas e ações comunitárias. Fundado em 1994, o Instituto inicialmente foi criado para apoiar a população do Jardim Pantanal, em São Paulo
Instituto Alana
Desde 1994, o Instituto Alana atua para garantir o direito das crianças a um ambiente saudável, promovendo o contato direto com a natureza como elemento essencial para seu desenvolvimento integral.
Fundado a partir de um trabalho comunitário na zona leste de São Paulo, a organização expandiu sua atuação para se tornar uma referência nacional na defesa dos direitos da infância, integrando ações que conectam natureza, educação e inclusão social.
Durante o Avistar 2025, no Fórum de Educação Ambiental “Observai”, o Alana compartilhará essa experiência, reforçando o papel da educação ambiental na construção de cidades mais saudáveis e justas para as próximas gerações. A palestra será apresentada pela especialista em infâncias e natureza do Instituto Alana Maria Isabel Barros, na sexta-feira (16), às 10h30.
Desde seu começo, o Instituto tem influenciado políticas públicas e participado ativamente de debates sobre justiça climática, reforçando a necessidade de incluir a infância no centro das decisões ambientais.
Instituto Alana acredita que devemos pensar nas crianças como sujeitos de direitos, criadores e protagonistas
Marcelo Moraes
Com uma atuação focada em três eixos estratégicos, Natureza, Digital e Equidade Social & Inclusão, a instituição está na vanguarda das discussões sobre a relação das crianças com o meio ambiente e a importância de criar espaços urbanos que favoreçam seu bem-estar. Esses eixos orientam todas as suas iniciativas atuais, garantindo que os direitos das crianças sejam respeitados e promovidos de maneira integral.
No eixo de natureza, o Instituto Alana visa promover o vínculo das crianças com o meio ambiente, reconhecendo que esse vínculo é essencial para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo, além de defender políticas públicas por um meio ambiente saudável para as crianças e adolescentes.
"Uma das iniciativas que expressa isso é da promoção de uma Educação Baseada na Natureza, em que se apoia a transformação de espaços escolares, seus currículos e entorno para promover mais natureza para as crianças e, ao mesmo tempo, resiliência climática para as comunidades", explica João Paulo Amaral, gerente de natureza do Instituto Alana.
Instituto Alana acredita que devemos pensar nas crianças como sujeitos de direitos, criadores e protagonistas
Instituto Alana
A Educação Baseada na Natureza (EBN) é uma metodologia pedagógica que busca fortalecer a relação dos alunos com a natureza, utilizando o ambiente natural como um espaço de aprendizado. Seu objetivo é promover o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos, ao mesmo tempo em que estimula a conscientização ambiental e o respeito pelo meio ambiente.
O Instituto Alana reconhece que o contato com a natureza é fundamental para o desenvolvimento integral das crianças. Segundo JP Amaral, a própria natureza pode trazer respostas para as crises socioambientais que estamos vivendo e as escolas são espaços para darem escala a isso por meio da EBN
"A educação, e a escola especificamente, é o espaço onde as crianças passam grande parte do tempo. Portanto, torna-se uma oportunidade para que crianças tenham mais momentos ao ar livre e contato com elementos naturais", diz Amaral.
Benefícios do contato nas escolas
O programa Criança e Natureza tem demonstrado impactos profundos nas escolas e comunidades que adotaram práticas de contato direto com a natureza. Entre os benefícios observados, destacam-se melhorias no bem-estar físico e emocional das crianças, aumento da criatividade, desenvolvimento de habilidades socioemocionais e fortalecimento dos vínculos comunitários.
Além disso, ambientes escolares que incorporam elementos naturais promovem uma aprendizagem mais significativa e engajada. A presença de áreas verdes e espaços ao ar livre nas escolas tem contribuído para a melhora da concentração, redução do estresse e estímulo à curiosidade, promovendo também um senso de pertencimento nas crianças.
Esses resultados reforçam a importância de políticas públicas que integrem a natureza ao cotidiano escolar, reconhecendo os impactos positivos no desenvolvimento das crianças e na qualidade de vida das comunidades.
Instituto luta por um mundo mais sustentável, justo, inclusivo, igualitário e plural
Instituto Alana
Atuação em políticas públicas
Em relação a isso, o Alana tem sido um protagonista na defesa dos direitos das crianças ao meio ambiente saudável. Recentemente, a organização tem incentivado a promoção do PL 2225/2024, o "Marco Legal Criança e Natureza", atualmente em debate na Câmara dos Deputados, que visa garantir a criação de políticas públicas voltadas para o direito das crianças à natureza.
A instituição também tem desempenhado papel crucial em decisões estratégicas no campo da saúde ambiental. Atuando como amicus curiae no Supremo Tribunal Federal (STF), o Instituto contribuiu para a atualização dos padrões de qualidade do ar no Brasil, com foco na proteção das crianças, que são as mais afetadas pela poluição atmosférica.
Infância no centro da justiça climática
As crianças são umas das principais vítimas das mudanças climáticas, e a instituição tem trabalhado para garantir que seus direitos sejam reconhecidos nas ações de enfrentamento à crise climática.
Através de advocacy e pesquisa, eles defendem que as políticas públicas de adaptação e resposta a desastres sejam orientadas pela realidade das crianças, garantindo sua proteção aos eventos climáticos extremos, além de influenciar governos locais para que implementem protocolos de resposta adaptados à infância.
"Apesar de termos um grande acúmulo no campo, ainda há muito a fazer especialmente em relação à convergência de ações voltadas para a adaptação das escolas frente às mudanças climáticas e o acesso à natureza como promotora do desenvolvimento integral de crianças e adolescentes", finaliza JP Amaral.
*Texto sob supervisão de Lizzy Martins
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