Clientes da Enel em SP ficam quase 10 vezes mais tempo sem luz do que na Itália, país-sede da empresa, aponta levantamento

  • 12/12/2025
(Foto: Reprodução)
Três dias depois do vendaval, 500 mil imóveis ainda estão sem energia em bairros da capital e cidades da Grande São Paulo Clientes da Enel em São Paulo passam, em média, cerca de 400 minutos por ano sem energia elétrica, quase 10 vezes mais tempo do que os consumidores da Itália, país onde fica a sede da companhia. Os dados constam em um relatório da própria empresa referente a 2024. Enquanto os consumidores brasileiros enfrentam, em média, 462 minutos sem luz ao longo do ano, na Itália a média é de apenas 48 minutos anuais. Nesse ranking, os brasileiros ficam atrás apenas dos argentinos em tempo de interrupção no fornecimento de energia. Um levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aponta que os clientes da capital paulista permanecem, em média, 400 minutos no escuro por ano. Nesta sexta-feira (12), quase 50 horas do vendaval que derrubou diversas árvores em São Paulo, mais de 700 mil pessoas permaneciam sem energia na capital e Região Metropolitana. As histórias e dramas de ficar mais de dois dias sem energia se acumulam (veja mais abaixo). O presidente da Enel Brasil, Guilherme Lencastre, atribui parte dessa diferença ao histórico de investimentos na rede europeia e defende mudanças na infraestrutura no Brasil. Clientes da Enel em SP ficam quase 10 vezes mais tempo sem luz do que na Itália, país-sede da empresa TV Globo “Sem dúvida, temos que discutir eventuais soluções de enterramento de rede, não para todas, mas para a resiliência da rede. Aliás, a gente vem propondo ao governo modernizar a regulação para poder ter mais recursos voltados para a resiliência da rede”, afirmou. Clientes da Enel em SP ficam quase 10 vezes mais tempo sem luz do que na Itália, país-sede da empresa Reprodução/TV Globo Na tarde desta sexta-feira (12), o Ministério Público e a Defensoria Pública entraram com uma ação civil pública contra a Enel, pedindo que a concessionária restabeleça imediatamente o fornecimento de energia e preste informações claras aos consumidores. Caso a Justiça aceite o pedido, a empresa poderá ser multada em R$ 200 mil por hora em caso de descumprimento das medidas. A ação é mais um capítulo em uma sequência de questionamentos à concessionária, que acumula reclamações a cada evento climático extremo. Prefeitura de SP não tem plano para lidar com apagões após eventos climáticos extremos, aponta relatório No início do mês, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou que a Aneel avalie uma intervenção federal na Enel. Os técnicos solicitaram estudos sobre riscos, impactos e consequências de uma eventual intervenção. Segundo o TCU, a concessionária vem falhando de forma recorrente na prestação do serviço. A capacidade de resposta da empresa foi colocada em xeque após dois grandes apagões, um em 2023 e outro em 2024, quando a Enel levou mais de uma semana para restabelecer o fornecimento de energia para alguns clientes. Um processo em andamento na Aneel apura as falhas da concessionária, com previsão de conclusão para março do próximo ano. O contrato atual da Enel termina em 2028, mas a empresa já solicitou renovação antecipada. Por conta das falhas registradas nos últimos anos, as multas aplicadas à Enel somam mais de R$ 370 milhões, embora nem todas tenham sido pagas. O diretor da Aneel, Fernando Mosna, afirmou que a maior multa já aplicada pela agência ocorreu após o apagão de 2023, mas o pagamento foi suspenso por decisão judicial. “Em novembro de 2023, teve um evento climático extremo, e a agência acabou lançando a maior multa da história de toda a existência da Aneel, de R$ 165 milhões. Teve decisão judicial que suspendeu o pagamento da multa”, disse. Pela manhã, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu publicamente uma intervenção na concessionária. “A gente precisa convencer o governo federal que chegou no limite. Aliás, já extrapolamos o limite para que tenha uma intervenção nessa empresa e que ela seja substituída por uma empresa que dê atendimento à população”, afirmou. “Conversei hoje com o Tarcísio, ele me ligou, com vários deputados federais. Acho que chegou no ponto de dar um basta, virar essa página e colocar aqui uma empresa que possa atender à população, e a gente não ficar todas as vezes nesse estado de calamidade, de caos, que estamos vivendo.” Em nota, a Aneel informou que acompanha a recomendação da área técnica do TCU e aguarda sua conclusão e apreciação pelo tribunal. A TV Globo pediu uma nota para o Ministério de Minas e Energia, que regula a concessão da Enel, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. 3 dias sem energia Sem luz, idosa de 90 anos tem queda na Rua Steve Biko, após 3° dia sem luz em SP Na capital paulista, o comerciante Renato Rino, morador da Rua Paul Rivet, na Vila Invernada, Zona Leste, viu parte dos vizinhos ter a energia restabelecida no bairro, mas na casa dele, não. Rino mora com os pais idosos. A energia na casa dele foi cortada às 4h da manhã da quarta-feira (10) e até o momento não retornou. E ele não sabe o motivo de parte do bairro ter tido a energia retomada e na rua dele, não. "Uma parte da vizinhança a gente vê que a energia voltou, na outra não. E não faz sentido parte do bairro que tava todo sem energia ter voltado e outra parte não. E a gente não tem nenhuma perspectiva de volta", disse Renato Rino. Rino contou que, nesse período, a família enfrentou também a falta de água, perdeu alimentos e teve equipamentos de casa que queimaram. "A gente só vai ter certeza quando a energia voltar”, disse. “A gente tem que se humilhar para pedir favor para amigos, vizinhos e parentes para tomar um banho quente, carregar o celular e fazer tarefas básicas do dia a dia. E a gente vê a concessionária na televisão se esquivando da responsabilidade e de dar uma perspectiva de quando o serviço será totalmente retomado”, desabafou o rapaz. O comerciante Renato Rino, morador da rua Paul Rivet, na Vila Invernada: mais de 50 horas sem energia. Montagem/g1/Acervo pessoal No Grajaú, na Zona Sul, o casal Francisco Bandeira e Josenir Cerqueira ficou desde quarta às 14 horas sem energia na Rua Lorenzo Baú. Para tentar conservar os alimentos, eles compraram gelo e estavam guardando alguns mantimentos em uma caixa de conservação. Nesse período, foram mais de 20 ligações para Enel para pedir ajuda no restabelecimento de energia, mas sem sucesso. A energia só foi retomada agora pela manhã, por volta das 5h. “Mesmo usando gelo, muita coisa vai ter que ir pro lixo e não dá pra ser aproveitado. Foram dias sem luz. Celular pra carregar, banho pra tomar. Fui na casa da minha comadre, duas ruas abaixo da minha. Lá tinha energia. Eu ainda tinha uma conhecida. Mas e as outras pessoas?”, questionou a dona de casa Josenir Cerqueira.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/12/12/clientes-da-enel-em-sp-ficam-quase-10-vezes-mais-tempo-sem-luz-do-que-na-italia-pais-sede-da-empresa-aponta-levantamento.ghtml


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