Operação contra quadrilha que movimentou R$ 12 mi com venda de produtos falsificados apreende carro, perfumes e celulares
11/11/2025
(Foto: Reprodução) Polícia desmonta quadrilha que movimentou R$ 12 milhões em produtos falsos
A Polícia Civil de Campinas realizou, nesta segunda-feira (10), uma operação contra uma organização criminosa de alto padrão especializada em lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. As autoridades investigam possível relação da quadrilha com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC), mas ainda não há confirmação.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em seis locais diferentes — três galpões logísticos no Jardim Itatinga e três imóveis, dois em condomínios do complexo Swiss Park e um no Jardim Magnólia.
Segundo a investigação, a quadrilha teria movimentado pelo menos R$ 12 milhões em vendas online de produtos falsos.
(CORREÇÃO: O g1 errou ao informar que a polícia apreendeu R$ 12 milhões em produtos falsificados. Segundo as autoridades, o valor se refere ao total movimentado pela quadrilha. A informação foi corrigida à 17h).
✅ Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp
De acordo com as autoridades, duas pessoas foram ouvidas, e outras devem ser interrogadas nos próximos dias.
A ação é um desmembramento de operação realizada no último dia 30, em um galpão do Jardim Itatinga, quando Gustavo Lupercino de Freitas (identificado como um dos sócios), foi preso em flagrante — leia mais abaixo. Ele segue preso preventivamente.
O g1 tentou contato com a defesa do suspeito, mas até a publicação desta reportagem não teve resposta.
Leia mais:
De perfume Chanel a Xiaomi 'fakes', quadrilha usava 154 lojas virtuais para vender produtos falsificados, diz polícia
Venda online de produtos falsos
Polícia apreendeu Porsche Macan e produtos falsos em galpões e mansões em Campinas
Polícia Civil
O grupo também é apontado como responsável por falsificações e vendas de produtos por meio de contas falsas em grandes plataformas de e-commerce, como Mercado Livre, Shopee e Magazine Luiza. Ao todo, as autoridades registraram 154 perfis.
A polícia também identificou 46 empresas registradas em nomes de "laranjas", usadas para movimentar os valores obtidos ilegalmente.
"Verificamos que todas essas contas que foram encontradas ali eram operadas em nome de pessoas que não sabiam que seus nomes estavam sendo utilizados, ou seja, frutos de falsificação e de estelionato", explicou o delegado Elton Costa, responsável pelo caso.
Durante as ações de segunda (10) e do último dia 30, os agentes apreenderam celulares, notebooks e documentos que detalham o funcionamento do esquema.
Entre os itens comercializados estavam:
perfumes
celulares
aspiradores de pó automáticos
brinquedos
tintas de impressora
canetas emagrecedoras
roupas falsificadas
e outros eletrônicos.
Milhares de produtos falsos foram apreendidos, além dos veículos Porsche Macan e Jeep Compass. O balanço completo ainda não foi divulgado.
O grupo teria atuação em diversos estados do Brasil, além de ramificações no Paraguai e na China.
Policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em três galpões e três imóveis no Swiss Park
Polícia Civil de Campinas
Um sócio preso
Em operação realizada no dia 30 de outubro em um galpão no Jardim Itatinga, a Polícia Civil encontrou uma série de produtos contrabandeados, tais como celulares, perfumes, canetas emagrecedoras e cartuchos de impressoras.
"Esses telefones celulares eram vendidos de forma unitária e eram dentro de um processo de produção daquele próprio galpão, colocados em caixas, selados e colocados todos os lacres, como se fosse um produto que entrou validamente aqui dentro do país. Pois bem, já demonstra que se trata de produtos importados de forma ilegal", conta o delegado Elton Costa.
"Após isso, encontramos ali uma série de perfumes importados que não são validados aqui dentro do país, que não têm o selo da Anvisa, e também perfumes especificamente falsificados", continou o delegado.
Gustavo Lupercino de Freitas foi identificado como o sócio principal de uma organização criminosa que opera em uma série de estados brasileiros. Ele foi preso em flagrante no dia 30 de outubro pelos crimes de falsificação de medicamentos, contravenção de produtos, sonegação fiscal, crime contra as relações de consumo e crime de estelionato. O suspeito segue preso preventivamente.
O g1 tentou contato com a defesa do suspeito, mas até a publicação desta reportagem não teve resposta.
Polícia investiga quadrilha que movimentou R$ 12 mi com venda de produtos falsos
Condomínio já foi alvo de outras operações
A polícia investiga relação da quadrilha com o PCC. Outra operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (SP), no último dia 30, mirou um esquema de lavagem de dinheiro ligado a dois dos traficantes mais procurados do Brasil.
Entre eles, o principal chefe em liberdade da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão”, “Xixi” ou “2X”.
Foragido há anos, Mijão é um dos alvos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas (SP), mas segue sem ser localizado.
Seu filho, no entanto, Sérgio Luiz de Freitas Neto, que foi preso na operação do dia 30, morava no Condomínio Lenk, dentro do complexo Swiss Park.
Leia mais:
Mansões de até R$ 9,9 milhões: como são os condomínios de luxo onde Diabo Loiro e filho de Mijão foram presos em operação contra PCC
Operação em Campinas mira principal chefe do PCC foragido, agiotas e influenciadores
VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região
Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas